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terça-feira, 9 de outubro de 2012

GOVERNANÇA E GESTÃO URBANA: COPA DO MUNDO FIFA 2014 EM PORTO ALEGRE

Resumo do artigo que será apresentado no III EICS - Encontro Internacional de Ciências Sociais (2012).

SIQUEIRA, Lucimar Fátima - Observatório das Metrópoles – Núcleo Porto Alegre
LAHORGUE, Mario Leal - Departamento de Geografia – UFRGS

Introdução

A cidade de Porto Alegre se tornou conhecida mundialmente como um dos berços da democracia participativa. Ainda hoje pesquisadores e gestores públicos de diversos países se reportam à cidade para entender os mecanismos que garantiram a posição internacional conquistada e implementar políticas semelhantes em suas cidades de origem. Por toda sua bagagem e contexto histórico, a capital gaúcha deveria se tornar a cidade-sede da Copa do Mundo melhor preparada para garantir os direitos da população diante das condições impostas pela FIFA. No entanto, na situação atual de implementação de projetos e obras preparativos para a Copa 2014, o Governo municipal coloca em nível secundário instrumentos criados para implementar processos democráticos de gestão urbana ao mesmo tempo que promove a governança ao primeiro plano e praticamente impõe a periferização como solução para problemas de moradia em áreas e regiões da cidade afetadas pelas obras. Mas como isto pode acontecer sem que se macule a reputação da cidade diante de seus pares internacionais e mesmo da opinião pública? O que legitima as ações do Governo Municipal que o mantém na posição de protagonista exemplar de democracia participativa mesmo ameaçando afastar milhares de famílias para a periferia da cidade pelo motivo de “preparar a cidade” para promover 3 ou 4 jogos de futebol durante a Copa do Mundo?

O que se verá nas próximas páginas é que a política urbana implementada pela atual administração municipal se apoia num tipo de gestão de cidade que também é um modelo de cidade e de organização do espaço urbano. Este modelo, o da Governança Urbana, acaba justificando a primazia pela implementação das obras de infraestrutura urbana – notadamente obras de ampliação e alargamentos de vias – e até mesmo de obras temporárias no entorno dos estádios em detrimento dasquestões sociais ligadas sobretudo à questão da moradia. 

Em síntese, este artigo propõe uma reflexão inicial sobre a realização dos jogos da Copa de 2014 em Porto Alegre à luz da transição da Administração Popular à Governança Solidária Local, dois principais modelos de gestão que caracterizaram Porto Alegre nos últimos 20 anos.

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Em breve será publicado o artigo completo. 

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