Dezenas de moradores e vizinhos do empreendimento da construtora Goldsztein Cyrela nas proximidades da Avenida Sertório, Bairro São Sebastião, realizaram, na noite desta terça-feira (9/4), a quarta reunião com a Comissão de Urbanização,Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Ana Neri. Desde de 2010, eles cobram explicações da prefeitura quanto ao cumprimento das contrapartidas da construtora.
Segundo Gilmar Drago, vice-presidente da Associação dos Moradores do Bairro São Sebastião (Ambass), a Goldsztein Cyrela deveria destinar R$ 900 mil relativos a 20% do total da área do empreendimento para a aquisição de outras áreas públicas a serem utilizadas como equipamentos comunitários na mesma região. Os empreendimentos residenciais ocupam duas quadras situadas na Rua Mil Quinhentos e Um, cada uma delas com duas torres residenciais.
Gilmar Drago disse também que as praças Chasque, Torben Friedrich e Ivo Correia Meyer receberam as reformas e a colocação de equipamentos previstos como compensação pelos danos ambientais causados pela obra. Drago informou que a Secretaria Municipal de Planejamento havia garantido à comunidade que o habite-se só seria concedido à incorporadora após a realização do depósito dos R$ 900 mil. Mas a Goldsztein recebeu o habite-se e ainda não fez o depósito.
Drago também cobrou explicações da Goldsztein Cyrela sobre a construção de um muro, com extensão entre a Avenida Sertório e a Rua Presidente Juarez, que estaria impedindo a entrada de luz solar em várias residências da Rua Lasar Segall.
A comunidade representada pela Ambass propõe que parte da contrapartida referente ao empreendimento seja aplicada na construção da sede da associação junto ao terreno situado à Rua Augusto Atílio Giordani, reformas e pintura dos prédios da Rua Lasar Segall próximos as torres, uma quadra de esporte coberta para Escola Estadual de Ensino Fundamental Ana Nery, duas motos para o policiamento na região, asfalto nas ruas do entorno do empreendimento e sinalização de trânsito, placas com nome dos logradouros, bem como faixas de segurança para pedestres.
O secretário adjunto da Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb), Ricardo Gothe, esclareceu que a Goldsztein Cyrela depositou, no dia 14 de fevereiro deste ano, o valor de R$ 4,1 milhões no “Fundo da Recompra” e convidou a Ambass para uma reunião com os engenheiros e arquitetos para mais esclarecimentos. O diretor da construtora, Rogério Raabe, comentou que o depósito de R$ 900 mil não foi efetuado anteriormente porque o cálculo tributário da prefeitura se alongou por muitos meses. “Tomara que essas benfeitorias sejam feitas na própria comunidade, mas não nos compete”, ponderou.
Conforme o secretário adjunto, Ricardo Gothe, o muro construído pela incorporadora é considerado como parede de divisa, o que justificaria a sua altura. “O muro, por maior prejuízo que traga, está correto sob o ponto de vista técnico”, explicou.
Duas das sete reivindicações apresentadas pela comunidade na reunião foram atendidas pelo diretor da Cyrela. Rogério Raabe prometeu dar duas motos à Brigada Militar para o policiamento na região. Raabe disse também que fará a reforma e a pintura dos prédios da Rua Lasar Segall, próximos às torres da Goldsztein Cyrela, e que está à disposição para negociar com os moradores. O diretor da Cyrela foi aplaudido pela comunidade.
O presidente da Cuthab, vereador Delegado Cleiton (PDT), garantiu que a Comissão encaminhará um relatório da reunião para o Executivo municipal, solicitando as informações reivindicadas pela comunidade. O vereador Cláudio Janta (PDT) destacou que os moradores estão residindo há muito tempo nessa região, sendo necessário que se busque alternativas e escutem a comunidade.
Também participaram da reunião a atual presidente da Associação dos Moradores do Bairro São Sebastião (Ambass), Martina Charão Ancina, o engenheiro técnico do DEP, Fausto Vasquez, e o vereador Alceu Brasinha (PTB).
Texto: Guga Stefanello (reg. prof. 12.315)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
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